O Dia do Cirurgião Plástico é comemorado a cada 07 de dezembro . Esta data refere-se à fundação da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), em 1948. A finalidade de tal comemoração é destacar o quanto estes profissionais são importantes não só para a promoção da saúde, em geral, como também para o bem-estar da população. Através da arte e da ciência, enquanto conhecimentos científicos, os cirurgiões plásticos são capazes de devolver a autoestima aos seus pacientes.
O olhar minucioso, o diálogo, a sensibilidade para compreender os anseios dos pacientes e a habilidade e conhecimento enquanto profissionais capacitados, garantem a transformação dos desejos mais íntimos em realidade. Afinal, estamos falando sobre nosso corpo e o que nele nos incomoda, a ponto de querermos modificá-lo. Melhorar a aparência para sentir-se bem consigo mesmo é o objetivo maior.
Nesse sentido, a data também serve de alerta para a escolha de um bom profissional. Ser membro da SBCP, de certa forma, é a primeira garantia de segurança no momento da realização da cirurgia plástica. Isso porque, um resultado insatisfatório pode causar danos irreparáveis, não só para a estética, como também para a saúde física e mental do paciente.
Entretanto, sabe-se que, como em qualquer tipo de procedimento cirúrgico, também a cirurgia plástica gera riscos, o que exige cuidado e seriedade por parte do cirurgião e do paciente em todos os momentos que envolvem o pré e pós-operatório.
A Origem da Cirurgia Plástica
O termo “plástica” deriva do grego “plastikos”; significa moldar ou modelar. O mesmo foi escolhido, porque o objetivo desta ciência é manipular e mover tecidos do corpo para um fim específico, seja ele estético ou reconstrutivo.
Conforme a SBCP, a cirurgia plástica remonta às mais antigas descobertas da medicina. Há relatos de que na Índia, antes de Cristo, já se praticava a plástica reconstrutora de nariz. A Rinoplastia (Plástica de Nariz), conforme apontam os estudos, seria a “mãe” da cirurgia plástica devido ao fato de que a amputação do nariz era uma das penalidades atribuídas aos condenados em épocas passadas. Uma das técnicas usadas era a remoção de pele da testa para a reconstrução do nariz.
Entretanto, as primeiras referências científicas à técnica, então aplicada pelo cirurgião Susruta Samhita, de acordo com a literatura médica, remetem ao ano de 1597, quando o italiano Tagliacozzi as publicou após a descoberta de antigos papiros que relataram, detalhadamente, tal prática .
Pós-Guerra e sua Relação com a Cirurgia Plástica
Apesar de os registros apontarem a origem milenar da cirurgia plástica, somente no período entre e pós-guerras (1914-1945) é que a mesma se consolidou. Com o advento da anestesia e da descoberta dos antibióticos, tornou-se especialidade e ganhou popularização, o que levou ao aprimoramento da técnica cirúrgica como a conhecemos atualmente.
Os traumas e ferimentos graves sofridos pelos soldados incentivava os médicos a buscarem soluções para tratar os pacientes. Esta foi a época na qual a medicina obteve avanços notáveis na tentativa de minimizar as marcas provocadas pela guerra. A guerra de trincheira, por exemplo, causava grandes ferimentos faciais.
Sir Harold Gilles, conhecido como pai da cirurgia plástica moderna, notou que as feridas deveriam ser fechadas e começou a usar tecido de outros lugares do corpo, como pele do braço e das pernas, para tratar o ferimento e também amenizar a aparência do trauma, restabelecendo as funcionalidades corporais. Dessa forma, os soldados poderiam retomar suas vidas com menos impacto emocional.
“A cirurgia plástica, atualmente tão associada à busca por um ideal estético de beleza, foi desenvolvida para fins humanitários. Ela visava à reintegração social daqueles que tiveram suas faces — e identidades — completamente destruídas pela nova guerra tecnológica. A mesma ciência que destruía também ajudava a curar.” (MAGNOLI; BARBOSA, 2011, p. 30)
A Evolução da Cirurgia Reparadora para Estética
Ao perceberem a eficiência da técnica cirúrgica do pós-guerra, com finalidade exclusivamente reparadora, os cirurgiões viram que havia como ajudar outras tantas pessoas que buscavam melhorar sua aparência, independente de traumas. Logo, a cirurgia estética surgiu como evolução da plástica reconstrutiva.
Entretanto, ao longo do tempo, a cirurgia plástica estética precisou enfrentar o preconceito, principalmente por não envolver procedimentos de cura. Além disso, inicialmente, era um procedimento considerado de valor alto, somente as classes mais altas tinham acesso. A partir de 1940, as cirurgias de rinoplastias (correção do nariz) e os facelifts (método para rejuvenescer, retirando as rugas) tornaram-se comuns. Hoje, tornou-se uma especialidade médica muito procurada, pois é possível fazer cirurgias plásticas em praticamente todas as partes do corpo, independente do motivo, seja ele estético ou reparador. Assim surgiu a cirurgia plástica estética, como uma “vertente” da reconstrutora.
E no Brasil, como a Cirurgia Plástica se desenvolveu?
Duas grandes escolas deram início ao estudo da cirurgia plástica no Brasil : a anatômica (1808) e a cirúrgica (início do século 19). Tais núcleos foram fundamentais para disseminar pesquisas científicas, técnicas e práticas clínicas entre os médicos ao longo do tempo. Além disso, a criação da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), em 1948, foi fundamental para fortalecer esta especialidade médica, uma vez que possibilitou a ampliação da área da cirurgia plástica nacional.
O Brasil ocupa o primeiro lugar no ranking mundial de cirurgias plásticas. De acordo com estudo que reuniu dados da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (ISAPS) e Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) , são mais de 1,5 milhão de operações realizadas por ano, ultrapassando até mesmo os Estados Unidos. Esta posição deve-se ao alto nível das técnicas realizadas por nossos profissionais e, também, à importância da SBCP na formação dos cirurgiões. Por isso, buscar um cirurgião capacitado, que seja membro desta sociedade, é fundamental no momento da decisão por cirurgia plástica.
Ainda que a maior procura, no Brasil, seja das intervenções cirúrgicas estéticas, percebe-se que as cirurgias plásticas reparadoras têm tido um aumento significativo. Atualmente, estas compreendem corrigir deformidades congênitas, reparar danos causados por acidentes, ou ainda, sequelas estéticas causadas por doenças ou procedimentos clínicos /cirúrgicos. O objetivo maior continua o mesmo desde o pós-guerra, devolver ao paciente o bem-estar, a autoestima e, consequentemente, uma melhor qualidade de vida.