Nenhuma cicatriz é igual a outra. Cada pessoa tem uma capacidade de regeneração da pele independente, então cada tratamento precisa ser individual e será acompanhado durante todo o pós-operatório da cirurgia plástica. O pós-operatório começa ainda no hospital, assim que o paciente sair da cirurgia e for para o quarto. Dependendo da cirurgia, é possível diminuir a tensão sobre a cicatriz fazendo com que ela sofra o mínimo de estiramento possível. Alguns fatores que influenciam no processo de cicatrização do corpo:
- idade;
- dieta;
- doenças crônicas;
- terapia com medicamentos;
- tratamento inadequado.
Cuidados importantes à sua redução
Um dos principais cuidados que a paciente deve ter, após a cirurgia, é com os seus curativos. A paciente não pode, por exemplo, deixar substâncias agressivas em contato muito tempo com a pele – gases indevidos com álcool ou remédios em pomada não podem ficar diretamente em contato com a cicatriz.
Normalmente, nas 3 primeiras semanas após a cirurgia, o correto é que substâncias com muitos químicos não sejam utilizadas. É recomendado que a paciente passe este momento inicial da hidratando a pele machucada com vaselina sólida ou outra indicação do seu médico. Depois disso, quando os pontos forem retirados, é indicado iniciar o tratamento com creme para fortalecer e estimular a revitalização da cicatrização.
As etapas desse processo são individuais a cada paciente e serão analisadas semanalmente no consultório do cirurgião plástico. Passando a fase inicial, que gira em torno de 30 a 60 dias, a evolução da cicatriz será analisada levando em consideração a sua produção de colágeno, espessura ou se ela está retraída.
Fases da cicatrização
É muito importante conhecermos as suas fases para atuarmos melhor na redução de manchas ou sinais.
Fase inflamatória
Esta fase dura de 1 a 5 dias, dependendo da profundidade do machucado, e se caracteriza pela presença de secreções, inchaço, vermelhidão e dor. Durante este período o sistema de coagulação sanguínea é ativado, bem como a liberação de mediadores químicos.
Fase proliferativa
Também conhecida como a fase da regeneração, é nela em que ocorre a proliferação de fibroblastos e células, resultando na vascularização dos macrófagos e na granulação do tecido.
Reparo
Podendo durar meses, é durante esta fase que ocorre a remodelação do tecido cicatricial. As fibras se alinham para aumentar a resistência do tecido, deixando a cicatriz mais amena.
Queloides e Cicatrizes Hipertróficas
Todo traume na pele, ou todo corte, gera uma cicatriz. Como já vimos, a sua qualidade varia muito de um paciente para outro e tem fatores controláveis e não controláveis.
Dentre os fatores que o cirurgião pode interferir estão a prevenção de infecções, o uso de técnicas adequadas à realização dos pontos, uso de fios de boa qualidade específicos para o local, assim como a ausência de tensão na cicatriz.
Existem também fatores que não podem ser controlados pelo médico, e que são os fatores individuais de cada paciente. O fator genético está diretamente ligado ao processo de regeneracão da pele, tanto é que cicatrizações ruins costumam acometer mais pacientes negros e asiáticos.
As cicatrizes ruins ocorrem pelo excesso de colágeno na ruptura, fazendo com que ela fique elevada e, muitas vezes, deformada. Geralmente elas ocorrem de três a quatro semanas depois da cirurgia porque o acúmulo do colágeno se dá em uma fase mais tardia.
Estas cicatrizes podem ser de dois tipos: as queloides e as Hipertróficas. Embora toda cicatriz anormal seja chamada popularmente como quelóide, este é um termo usado erroneamente. O quelóide mais grosseiro e pode coçar ou doer, além do seu crescimento não respeitar os limites do corte.
Nos casos de quelóides, o acúmulo de colágeno é tão grande que eles acabam ficando com a aparência muito mais grosseira, quando comparados as hipertróficas.
Assim como os quelóides, as cicatrizes hipertróficas também podem doer, coçar e até ficarem vermelhas ou mais escurecidas. Geralmente elas diminuem ao longo do tempo, enquanto os quelóides tem poucas chances de desaparecer.
Tratamento para queloide
O tratamento normalmente se tornam uma grande dificuldade para o cirurgião. É importante que o paciente avise ao cirurgião se já teve alguma queloide para que ele possa tentar controlar o processo antes que ele ocorra.
Como práticas terapêuticas para essas, existem fitas de silicone, aplicação de corticóide dentro da ferida, a betaterapia e até mesmo a ressecção da cicatriz. O problema em ressecar um quelóide, ou uma cicatriz hipertrófica, é que este procedimento não garante que a próxima cicatrização acontecerá de maneira normal.
Para controlar este processo patológico, o acompanhamento do cirurgião é de extrema importância. Embora ele não tenha como determinar em quais pacientes elas podem aparecer, o seu médico vai acompanhar e interferir em determinadas fases desse processo.